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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Evangélico é uma das vítimas da chacina no Rio de Janeiro


Alexandre Lima foi um dos oito mortos de um sábado sangrento, quando outros seis jovens, todos moradores de Nilópolis (RJ), também foram mortos, após tomarem banho em uma cachoeira próxima à Favela da Chatuba.
Evangélica e muito religiosa, a esposa do auxiliar de serviços gerais Alexandre Lima, de 37 anos, estava presente, na noite de quarta-feira (12), ao culto do Ministério Palavra de Vida, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, quatro dias após o assassinato do marido. O ministério foi fundado com a ajuda de Alexandre, há dois anos. O diácono Alex, como era mais conhecido pelos fiéis, foi morto por traficantes, no sábado (8), quando caminhava no Parque do Gericinó, próximo de casa, também em Nilópolis. De acordo com a esposa, os criminosos não queriam devolver o corpo, até que ela fez um apelo: “Você tem pai, você tem mãe, você tem filho, você tem alguém que você ame? Eu te peço, em nome de Jesus, que você devolva o corpo do meu marido. Em nome de Jesus!”
A esposa de Alexandre, que prefere não ter o nome revelado, deu entrevista ao G1 na pequena casa onde são realizados os cultos, próximo ao bairro Cabral, em Nilópolis. Ela confirmou a versão de que o marido pode ter sido morto por estar com fones de ouvidos e não ter escutado ordens dadas por traficantes da Favela da Chatuba, que fica no município deMesquita, ao lado de Nilópolis. Segundo ela, um vizinho presenciou o crime da laje de casa, que tem fundos para o Parque do Gericinó. “O vizinho contou que o Alex estava andando na mata, quando os caras falaram: ‘Para! Para aí! Levanta a blusa! Levanta a blusa!’ Ele não levantou a blusa e mandaram bala nele”, relatou a esposa do diácono, que trabalha como empregada doméstica.

De acordo com ela, o crime ocorreu por volta das 6h30 do sábado. “A gente acordou 5h30, e resolvermos caminhar. Era o dia seguinte ao feriado e eu estava de folga, porque todas as minhas patroas estavam viajando”, recorda. “Ele gostava muito de ouvir música evangélica. Mas, como tinha pouco estudo, e não manja muito como mexer no rádio, botei na Rádio do Louvor para ele escutar”, recorda a esposa.
“De repente, uma vizinha veio chamando: ‘Vem aqui, rápido, para não assustar as crianças.’ Perguntei: ‘O que houve?’ Ela respondeu: ‘Atiraram no seu marido.’ E eu: ‘Não. Meu marido está ali. Acabei de vê-lo pela janela. Vou lá chamar’ Mas ela garantiu: ‘Não! Foi o Alex! Meu cunhado viu tudo lá da laje.’”, recorda a esposa do diácono. Ela conta que, de início, quis ir correndo ver o que tinha acontecido com Alexandre, mas foi contida por um vizinho, que se prontificou a tentar chegar até o local do crime. “Mas meu vizinho contou que os traficantes ameaçaram: ‘Mete o pé! Volta! Quem passar, vou mandar fogo’”, contou a esposa.
Mesmo alertada pelos vizinhos do perigo – “Você sabe como é aqui: se ligar para a polícia, depois eles vão voltar e vão matar todo mundo” -, a esposa de Alexandre ligou para 190. “Mandaram aguardar na esquina da minha casa. Demorou cerca de meia-hora, mas, depois, chegaram vários carros da polícia. Expliquei toda a situação e dei meus documentos e os do meu marido”, recorda. “Os policiais não entraram no Parque do Gericinó porque disseram que era uma área restrita, e que teriam que aguardar uma autorização”, complementou.
Segundo o G1, Alexandre e a esposa estavam juntos há 20 anos. Conheceram-se em Itaipuaçu, distrito de Maricá, onde os pais deles trabalhavam em sítios, como caseiros. Ela tinha 16. Ele, 17. Mudaram-se para Nilópolis em 1999, onde entraram para a igreja evangélica e se casaram. Criavam, juntos, cinco filhos, um deles adotado. O primeiro filho nascido após se mudarem para Nilópolis faz aniversário neste sábado (15), uma semana após a morte do pai.
“Era um homem respeitador, assalariado, que sustentava a família. Era uma pessoa que sempre buscava ajudar o próximo. Perdemos um homem valoroso, não só na igreja, mas na própria comunidade. Foi uma covardia muito grande”, finaliza o pastor.


Com informações G1

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