Em 2011 a Teologia da Libertação completa 40 anos, fundamentada na opção preferencial pelos pobres, a vertente teológica caiu no esquecimento da Igreja Católica. A TL utiliza como ponto de partida de sua reflexão a situação de pobreza e exclusão social à luz da fé cristã. Sendo assim, a situação de pobreza é denunciada como pecado estrutural e seus representantes propõem o engajamento político dos cristãos na construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Criada em meados da década de 70, essa proposta teológica incorporou algumas categorias do marxismo e possibilitou o surgimento de Comunidades Eclesiais de Bases (CEBs). Anos mais tarde culminou com a proibição dela pelo cardeal Joseph Ratzinger, o hoje papa Bento XVI, que era prefeito da Sagrada Congregação Para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício) no pontificado de João Paulo II.
Um dos principais teólogos dessa vertente católica, o ex-frei brasileiro Leonardo Boff (na foto) foi duas vezes punidos por Ratzinger com o “silêncio obsequioso” e ficou mais de dois anos sem poder dar entrevistas, fazer palestras ou publicar livros sobre Teologia da Libertação. Acuado, Boff deixou a batina e hoje está mais ligado a causas do meio ambiente.
Em Manaus, a Teologia da Libertação teve fôlego nos anos 80 a partir da ação do clero progressista ligado, a TL entrou nas pastorais sociais da cidade e ai fez várias pequenas “revoluções”. A Pastoral Indigenista gestou o movimento pela demarcação das Terras Indígenas e na visita de João Paulo II ao Amazonas uma liderança indígena fez o discurso de recepção no Arcebispado.
A Pastoral Operária também estava eivada de conceitos da Teologia da Libertação. Ela foi particularmente importante e freqüente nas grandes greves dos anos 80 no Distrito Industrial, quando as condições de trabalho e o arrocho dos salários eram denunciados nacionalmente em movimentos que fechavam a então bola da Suframa.
Nenhuma pastoral ligada a TL foi tão ativa quanto a Pastoral da Terra. Religiosos como o padre Albano e a irmã Helena pregavam a necessidade do povo se organizar para ter acesso a terra e aí eles foram fortes nos processos de invasões que culminaram com a formação da maioria dos bairros de Manaus.
Fonte: ADIBERJ
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